Olá, irmãos e irmãs! A Paz de Nosso Senhor esteja com todos vocês!
Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Hb 4,12
Muito louvável esta iniciativa da Igreja Católica no Brasil de neste trimestre que contempla os meses de Agosto (Vocação), Setembro (Bíblia) e Outubro (Missão) em que nos propõe temáticas que estão interligadas para que possamos debruçar-mo-nos e refletir melhor sobre os desígnios de Deus sobre nossa vida de fé, e porque não dizer, sobre o propósito de Deus sobre a nossa existência.
Depois de um mês numa busca incansável pela descoberta de nossa vocação, de qual é o nosso chamado e a nossa missão, entramos no mês da Palavra que é o estatuto que contem todo o embasamento de como e o que devemos fazer para exercer a nossa vocação, no que consiste nosso chamado, ela nos oferecerá toda instrução que precisamos para o exercício de nosso ministério.
E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. IITm 3,15-16
A palavra Bíblia significa blibioteca ou um conjunto de rolos (livros) e está divida em duas partes: Primeiro (Antigo) e Segundo (Novo) Testamento. O seu “canon” (Grego; Catálogo, regra, medida) é composto por 73 livros sendo 46 do Primeiro testamento e 27 do Segundo. Os livros são:
PENTATEUCOS (5): Gênesis / Êxodo / Levitico / Números / Deuteronômio / HISTÓRICOS (16) / LIVROS DE SABEDORIA (7) / PROFECIA (18) / EVANGELHOS (4) / IGREJA PRIMITIVA (1) / CARTAS (21) / PROFECIA (1)
Gosto desta nomenclatura “testamento” que nos remete a herança, um tesouro inestimável que na condição de filhos (batizados) herdamos de Deus.
A propósito, o Frei Raniero Cantalamessa em seu livro “O Mistério da Palavra de Deus” resume em suma que a Palavra escrita trata-se de uma Carta de Magna de amor do Pai para nós, seus filhos:
“Do inicio ao fim, a Bíblia não é senão a mensagem do Amor de Deus às suas criaturas. Os tons podem mudar do irado ao muitíssimo terno, porém a substância é sempre, e tão somente, amor. Foi dito que se todas as Bíblias do mundo fossem destruídas por alguma catástrofe qualquer, restando apenas um único exemplar, e este exemplar estivesse tão danificado que apenas uma pagina estivesse inteira, porém amassada e reduzida a apenas uma linha ainda legível, e esta linha fosse a linha da primeira carta de João (IJo 4,8), onde está escrito: “Deus é Amor”, toda a Bíblia estaria salva, porque toda ela está contida nessa afirmação”
Precisamos mergulhar no conhecimento desta carta de amor, pois a Palavra foi escrita pra nós como um registro Sagrado, e encarnada pelo próprio Jesus, Ele é a Palavra viva, por isso, São Jerônimo cujo a memória celebraremos no último dia do mês da Bíblia 30 de Setembro dizia que: “Ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo”. Seguindo este pensamento, Santo Agostinho afirmava: “Quem beija a Sagrada Escritura, beija a face de Cristo” . Por isso, não podemos ignorá-la e tratá-la com respeito.
No Concílio Vaticano II, com o documento Dogmático Dei Verbum em seu parágrafo 21, o Magistério nos conscientiza de que:
“A Igreja sempre honrou as Escrituras como o corpo do Senhor, especialmente na Santa Liturgia, em cuja mesa não pode faltar nem a palavra de Deus, nem o corpo do Senhor, para serem dados aos fiéis. A Igreja sempre considerou e considera as Escrituras, juntamente com a Sagrada Tradição, sua suprema regra de fé. Inspiradas por Deus e definitivamente escritas, nos comunicam de maneira imutável a palavra do próprio Deus e nos fazem ouvir a voz do Espírito Santo, através dos escritos proféticos e apostólicos.”
Que possamos, embalados por esta proposta da Igreja neste mês dedicado a Palavra de Deus, buscar na Escritura o alimento sólido que ela nos oferece para nutrirmos nossa fé em Cristo Jesus.
“O homem recém-nascido da água e do Espírito é como uma criança que precisa de uma mãe para nutrí-lo. A mãe é a Igreja e os seus peitos são o Antigo e o Novo Testamento.” Sto. Agostinho.
Uma abraço fraterno!
Reflexão: Alessandro Borges
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